Os deputados que elegemos para a Assembleia da República representam o País no seu todo apesar de serem eleitos por distritos.
Apesar disso, existe sempre a expectativa da parte dos eleitores que os deputados eleitos se identifiquem, conheçam a realidade do distrito, os problemas, as preocupações, e porque não dizer assim, façam lobby em favor das populações. E acaba por ser justo que assim seja pois durante 15 dias os candidatos a deputado reúnem com as forças vivas dos distritos: associações recreativas, clubes, sindicatos... abordam as pessoas nas ruas, vão a mercados, descobrem um familiar remoto que os ligue à terra, beijos aqui, abraços acolá... e da identificação eleitor/candidato surge o voto.
Na Guarda surge sempre, eleição após eleição, a discussão se os candidatos são de cá, se são pára-quedista, o que fazem, qual o apelido. Mais do que a competência, as ideias, o currículo.
O círculo eleitoral da Guarda foi o único em que o Partido Ecologista "Os Verdes" não apresentou candidato nas listas da coligação com o PCP. Dos deputados eleitos no distrito da Guarda (eleição após eleição dois para o PS, dois para o PSD) nunca ouvi deles uma intervenção sobre a poluição do rio Noéme nem sequer em período de circo eleitoral. Faço aqui uma ressalva: o professor João Prata, presidente da Freguesia de S. Miguel e que também foi deputado, tem intervindo e participado em iniciativas em defesa do rio.
"Os Verdes" foram até hoje o único partido com assento no Parlamento que questionaram o Governo sobre a poluição do rio Noéme. Ao que sei, pensam também incluir na proposta de Orçamento de Estado que vai ser votada uma verba em sede de PIDDAC para despoluição do rio. Se essa proposta for a votos será curioso verificar como vão votar os quatro deputados eleitos pela Guarda.
Sem deputado, nem sequer candidato pela Guarda. Bem-haja!
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