“OS VERDES” QUESTIONAM GOVERNO SOBRE DESCARGAS NO RIO NOÉME - GUARDA
 O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, sobre a descarga de efluentes no Rio Noéme, concelho da Guarda, uma situação denunciada há já vários anos pela população e Juntas de Freguesia do concelho.
  PERGUNTA:
 No  passado dia 04 de Outubro uma delegação do PEV – Partido Ecologista “Os  Verdes” deslocou-se ao concelho da Guarda para verificar in loco a  descarga de efluentes, aparentemente sem qualquer tratamento, no rio  Noéme. Este rio nasce na Serra da Estrela, atravessa o concelho da  Guarda e desagua no Rio Côa, perfazendo cerca de 30 quilómetros. Há  vários anos que a população e juntas freguesias do concelho da Guarda  (Guarda-Sé, Casal de Cinza, Vila Garcia, Vila Fernando, Albardo e  Rochoso), banhadas pelo Noéme têm denunciado as descargas de efluentes  no rio, através da comunicação social, entidades competentes,  nomeadamente SEPNA e ARH-Norte, estando neste momento a decorrer uma  petição on-line «Em defesa do Noéme».
  A  própria ARH-Norte em função do ofício enviado à Junta de Freguesia do  Rochoso, a que o PEV teve acesso, reconhece a poluição do Noéme,  indicando que o SEPNA já identificou uma «descarga de um colector  municipal que recebe águas residuais da empresa têxtil Manuel Rodrigues  Tavares, S.A.».
  No  mesmo ofício pode ler-se que a ARH-Norte foi informada pelo SEPNA, «que  a empresa possui um sistema de pré-tratamento e está autorizada pela  Câmara Municipal da Guarda a descarregar no colector, na sequência de um  acordo estabelecido entre a empresa e aquela autarquia, no pressuposto  de que aquele efluente pré-tratado iria ter como destino a ETAR  municipal».
  Entre  2002 e 2008 o SEPNA da GNR instaurou vários autos à firma têxtil Manuel  Rodrigues Tavares S.A. e dois à Câmara Municipal da Guarda, por  descarga de águas residuais no meio hídrico através do colector  municipal. No entanto estas acções manifestaram-se insuficientes para  resolver a poluição do Noéme.
  A  descarga de efluentes que a delegação do PEV presenciou, para além dos  cheiros nauseabundos, tem grandes impactos nas águas do Noéme, recurso  vital à vida humana e à biodiversidade local. Aparentemente os efluentes  lançados ao rio apresentam substâncias químicas que têm provocado a  morte da vegetação ripícola, nomeadamente amieiros centenários, e a  extinção da fauna, não só aquática, mas também de espécies cinegéticas,  constituindo graves prejuízos para o turismo e para as explorações  agrícolas e pecuárias.
  A  população e juntas de freguesias consideram insuportável esta situação,  sendo que até ao momento não obtiveram qualquer resposta no sentido da  resolução deste problema, pondo em causa a saúde pública e a  sustentabilidade do ecossistema que contribuía para dinamizar  actividades económicas ligadas à água e ao rio.
  Assim,  ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis,  solicito a S. Ex.ª A Presidente da Assembleia da República que remeta ao  Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Agricultura, Mar,  Ambiente e Ordenamento do Território, me possa prestar os seguintes  esclarecimentos:
  1- Tem o ministério conhecimento desta situação?
 2- A Câmara Municipal da Guarda tem autorização do ministério para lançar os efluentes sem tratamento no rio Noéme?
 3- A ETAR de São Miguel está dimensionada e apta para receber e tratar efluentes domésticos e industriais?
 4- Está prevista a construção de alguma ETAR, para receber os efluentes da empresa identificada pela ARH-Norte?
 5- Sendo as descargas de efluentes do conhecimento da ARH-Norte, que medidas foram tomadas, para resolver a despoluição do rio?
  6 – Que acções o mistério pondera adoptar para resolver o problema identificado?
 O Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”
 O Grupo Parlamentar “Os Verdes
 (T: 213919 642 - F: 213 917 424 – TM: 917 462 769 -  imprensa.verdes@pev.
   Este comunicado pode também ser consultado no blogue de "Os Verdes".
 
 
 
 
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