1. Em 2016, no Dia da Cidade, Álvaro Amaro anunciou o projecto de despoluição dos rios Diz e Noéme. Na altura foram igualmente apresentados "os passadiços do Mondego". Falava-se na altura em 3 milhões de euros.
2. Em Janeiro de 2018, em entrevista à Rádio Altitude dizia que iria ter uma reunião com os poluidores identificados, que o projecto de "re-naturalização" avançaria após a despoluição e afirmava que arriscava tudo sem ter 1 euro e que lhe custaria aceitar que este projecto não tivesse enquadramento e financiamento no âmbito do programa comunitário 2020.
3. Em Maio de 2018 era noticiado que decorrente dos incêndios florestais o Fundo Ambiental por intermédio da Agência Portuguesa do Ambiente disponibilizaria 1 milhão de euros para regularização fluviais nas linhas de águas afectadas pelos incêndios de 2017.
4. Se o projecto de "re-naturalização" só avançaria após a despoluição então porque se estão a fazer os trabalhos agora, aparentemente pela ordem inversa? Ou os trabalhos agora anunciados não são de re-naturalização?
5. O blogue "Sol da Guarda" publicou ontem um post com a descrição e o valor das empreitadas feitas pelo Município da Guarda relativo a este tema. Total adjudicado: 1 390 215 euros. As descrições são bem indicativas do que se trata efectivamente.
6. Se só nesta fase se gastarão 1 390 215 euros, quanto custarão as restantes fases e o outro projecto?
À falta de esclarecimentos, poderemos concluir o seguinte:
Estes trabalhos nada têm a ver com o "estudo de despoluição dos rios Diz e Noéme" inicialmente anunciado. Provavelmente se não tivessem ocorrido os incêndios de 2017 esta verba não existiria e consequentemente estes trabalhos também não. A ser assim, o que agora se apresenta como a fase 1 da despoluição do rio Noéme, como a "revolução tranquila", nada mais é que um golpe mediático.
Que se façam as obras e que se resolva o problema de vez. Mas que não se tente levar as pessoas por parvas, pois ainda não será nesta fase. Nem se sabe quando será a próxima ou quando será fechada a conduta que despeja no rio na zona da Gata. Por isso não se apresentam estudos, calendários, orçamentos e planos de execução - para que as pessoas não saibam.