sábado, 31 de agosto de 2019

As 7 coisas fundamentais para uma Cidade ser perfeita

“A bela Florença possui as setes coisas fundamentais para uma cidade ser perfeita: Em primeiro lugar, goza de uma liberdade completa; em segundo, tem uma população numerosa, rica e elegantemente vestida; em terceiro, tem um rio com água pura e cristalina, e moinhos intramuros; em quarto, tem controlo sobre castelos, vilas, terras e pessoas; em quinto, tem uma universidade, onde tanto se ensina grego como contabilidade; em sexto, tem mestres em todas as artes; por último, tem bancos e agentes comerciais por todo o Mundo”, escrevia em 1472 o ensaísta Benedetto Dei e cuja transcrição obtive na biografia de Leonardo Da Vinci, publicada este ano por Walter Isaacson.

A Guarda já tem o rio Noemi de água pura e cristalina. Das outras, quais lhes falta para ser uma cidade perfeita?

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

A mensagem ambiental de Patti Smith

Patti Smith deu um magnífico concerto no Festival de Paredes de Coura.


Unindo-se a um público em êxtase, Patti Smith foi intercalando as músicas do seu vasto reportório com mensagens de união entre os povos e liberdade, contra os nacionalismos. Nada de novo tendo em conta o historial de intervenção da artista. Artista, performer, cantora, poeta.

Mas acrescentou neste concerto as preocupações ambientais que em 2019 tem vincado em diversas apresentações públicas. A luta contra o plástico, as alterações climáticas, enfim, o respeito pela “Mãe Terra” como referiu várias vezes ao longo do concerto. “How can we dance when our earth is turning?/ How do we sleep while our beds are burning?”.


No alinhamento do concerto fizeram também parte músicas de outros compagnons de route, engajados socialmente, porque o Rock, a Música, a Arte se não forem consequentes não serão mais que um acto fútil. “After the gold rush” de Neil Young foi uma delas:



"Well, I dreamed I saw the silver space ships flyin'
In the yellow haze of the sun
There were children cryin' and colors flyin'
All around the chosen ones
All in a dream, all in a dream
The loadin' had begun
Flying Mother Nature's silver seed
To a new home in the sun
Flying Mother Nature's silver seed
To a new home"


terça-feira, 27 de agosto de 2019

A resposta do SMAS Guarda ainda não chegou

Deve ter-se perdido. 
Refiro-me a este assunto (cuja origem remonta a 2015). Ao fim de quantos anos prescreve?

domingo, 25 de agosto de 2019

Capa do Diário de Notícias

A capa do Diário de Notícias desta semana tem uma ilustração magnífica de André Carrilho, reflectindo sobre a tragédia ambiental na Amazónia.


sexta-feira, 23 de agosto de 2019

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Paredes de Coura

Há 26 anos, um grupo de jovens amigos sonhou organizar na sua terra um festival de música. Esse grupo de jovens de uma terra do interior norte ousou ombrear com Lisboa e Porto (naquela altura, mais Lisboa até) e levar às suas gentes os melhores da música nacional e internacional.

O Festival Vodafone Paredes de Coura (então Festival de Música Moderna Portuguesa) é hoje um caso de sucesso atípico neste país que vive à volta de duas cidades. Paredes de Coura, no Alto Minho, um concelho com 9000 habitantes, tem durante os 4 dias do festival 26000 visitantes diários entre os que acampam, os que ocupam as poucas casas de habitação disponíveis e os que se alojam nas cidades vizinhas. Mais o tráfego aéreo para o Porto. E os estrangeiros, sobretudo espanhóis, e o staff das maiores bandas internacionais a fazerem publicidade gratuita a uma região lindíssima e a dizerem ano após ano que querem voltar e que nunca viram nada assim. Lameiros transformados em parques de estacionamento, cafés, mercearias e restaurantes a fazerem o lucro que não têm o resto do ano. Uma iniciativa privada, apoiada pela autarquia e acarinhada pela comunidade.

Mas não se trata só de música. Aproveitando as magníficas características naturais do local onde se realiza (um enorme anfiteatro natural, rodeado de freixos e carvalhos e atravessado por uma ribeira) há uma mensagem de sustentabilidade que é transmitida e posta em prática. E que é entendida: a título de exemplo, o civismo dos visitantes é de tal forma, que não se vê lixo no chão. O próprio Ministério do Ambiente, premiou o festival através da iniciativa "Sê-lo Verde".

Um exemplo para quem o queira ver. Por tudo: pela Música, pela Cultura, pelo Ambiente, pela Gastronomia, pela Região, pela Economia e sobretudo pelos mergulhos no rio Taboão.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Isto não é o rio Noemi

Qualquer semelhança com o rio Noemi é pura coincidência.




segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Caminho do Noemi

Alguém me diz se os caminhos do Noéme já estão concluídos?

Já se pode ir a pé da nascente até ao limite do Rochoso, sempre com o rio poluído ao lado?

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Trump visita Portugal (5)

No auge da guerra comercial com a China, Trump decretou que tudo o que não seja produzido nos Estados Unidos deverá ser comprado na Guarda. Na sua opinião, uma pequena cidade que tem um rio poluído só pode ter uma capacidade industrial muito forte. 

"Everything is money", escreveu no Twitter.


terça-feira, 6 de agosto de 2019

“Um rio te espera", de Eugénio de Andrade

Estás só, e é de noite,
na cidade aberta ao vento leste. 
Há muita coisa que não sabes 
e é já tarde para perguntares. 
Mas tu já tens palavras que te bastem, 
as últimas, 
pálidas, pesadas, ó abandonado. 

Estás só 
e ao teu encontro vem 
a grande ponte sobre o rio. 
Olhas a água onde passam os barcos, 
escura, densa, rumorosa 
de lírios ou pássaros nocturnos. 

Por um momento esqueces 
a cidade e o seu comércio de fantasmas, 
a multidão atarefada em construir 
pequenos ataúdes para o desejo, 
a cidade onde cães devoram, 
com extrema piedade, 
crianças cintilantes 
e despidas. 

Olhas o rio 
como se fora o leito 
da tua infância: 
lembra-te da madressilva 
no muro do quintal, 
dos medronhos que colhias 
e deitavas fora, 
dos amigos a quem mandavas 
palavras inocentes 
que regressavam a sangrar, 
lembras-te da tua mãe 
que te esperava 
com os olhos molhados de alegria. 

Olhas a água, a ponte, 
os candeeiros, 
e outra vez a água; 
a água; 
água ou bosque; 
sombra pura 
nos grandes dias de verão. 

Estás só. 
Desolado e só. 
E é de noite.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Foi só um pacote de batatas-fritas...

A23 sábado de manhã. Família feliz no carro da frente a caminho de férias. Algum vento e chuva miudinha, mas a certeza de 15 dias de bom tempo na aldeia, na praia fluvial e de um outro bailarico. De repente, eis que o braço do condutor se apresenta à minha vista e um pacote batatas fritas vazia esvoaça e fica colado por breves instantes no pára-brisas do meu carro. Não lhe consegui tirar a matrícula. Nem ao carro, nem ao pacote de batatas fritas.

Em alturas como esta percebo que a poluição é percepcionada como algo de muito longínquo, muito distante do cidadão comum e que situações como estas são vistas como normais. O condutor também poderá ter pensado "se poluem o Noemi e ninguém faz nada"...