"Tem-se notado a alteração de comportamentos individuais. Isso chega?
Não, de modo nenhum.
Mas o que é que um cidadão pode fazer na sua vida quotidiana para contribuir para a sustentabilidade?
Temos de repensar todos os nossos pequenos actos. Por exemplo, o sabonete líquido com que tomamos banho, toda a gente usa. E tem um dispensador de plástico que vai para o lixo e alguém terá de lidar com isso. Cria-se um problema. Não há nenhuma justificação para que não possamos regressar ao sabonete sólido. Há muitos deles criados com base em matérias renováveis, como o leite de burra, o que implica toda uma economia de criação de burros e os burros são herbívoros, comem a biomassa. Reduzir a biomassa implica a redução de riscos de incêndio. Há toda uma economia associada a esse processo que é virtuosa e que ajudaria a reduzir a pegada ecológica. Mas não chega.
A máxima dos nossos tempos já não é “pensar globalmente, agir localmente”. Temos de pensar globalmente e agir globalmente, que é a solução para a emergência ambiental que temos. Há que usar estas palavras: “emergência ambiental”. Foi muito infeliz que o Parlamento português não tivesse aceitado votar o reconhecimento da emergência ambiental. Precisávamos de deputados que estivessem à altura do momento histórico que vivemos."
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