Fica aqui o meu balanço de 2010 publicado originalmente no Café Mondego, de Américo Rodrigues.
A Guarda de 2010
Rebeldino e Álvaro Gil Cabral são as personalidades do ano na Guarda.
O primeiro por ousar sonhar uma República na Guarda dos repúdios. O segundo por, século após século, se recusar a entregar as chaves da Cidade aos baronetes, tiranetes e outros entes que tais, que por aqui vão aparecendo. Ambos representam a intensa actividade cultural que tem tomado conta da Cidade e que é urgente guardar. A excelente programação do TMG, os Passos à Volta da Memória, a Morte e o Enterro do Entrudo, Guarda: A República, o Prémio Literário Manuel António Pina colocaram a nossa cidade no mapa. Será este o sólido pilar que sustenta o edifício do desenvolvimento da Guarda.
Na Saúde, 2010 foi o ano da construção do novo Hospital. Um desejo antigo, uma promessa frequentemente adiada, uma necessidade bem actual. As obras decorrem a bom ritmo e brevemente será uma realidade. De ar puro, frio e neve vive (poderia viver melhor) a Guarda. O frio que enrijece o carácter e a neve cuja vinda deveria ser motivo de fortuna e não de paralização. Não deixemos os visitantes à porta, que a Guarda coberta de neve é realmente um postal lindo de vender!
E depois há os restantes pilares do desenvolvimento que continuam coxos: o drama do desemprego na região acentuado com o recente encerramento da Delphy. E a PLIE que nunca mais arranca: faz falta tirar partido da localização da Guarda, factor de vantagem competitiva nas trocas comerciais. Criar emprego na região requer não só capital, mas também imaginação. Saber atrair as empresas que suportem a nossa estratégia (onde está ela?) e incentivar a criação local. Gerar (gerir, divulgar, fomentar) conhecimento.
2010 voltou a ser o ano em que não se resolveu a poluição do rio Noéme. Todos os dias continua a morrer; todos os dias se continua a deixar matar. Mais um problema que transita para 2011. Que Ambiente queremos para a Guarda?
E num balanço de 2010 não podem faltar as felicitações aos naturais de cá que se destacaram (dentro ou fora de portas) nas diversas áreas: o cientista Rui Costa, distinguido com a mais importante bolsa europeia para estudo do cérebro; a ASTA galardoada com o prémio Manuel António da Mota que distingue associações que se destacam no combate à pobreza e à exclusão social e a Fanfarra Sacabuxa que venceu o concurso nacional do INATEL.