Guarda, 25 mai (Lusa) - A Câmara da Guarda anunciou hoje o início do processo de construção de uma estação elevatória de águas residuais para despoluir o rio Noéme e corrigir uma situação que se arrasta há cerca de três décadas.
Segundo o vereador Vítor Santos, responsável pelos serviços municipalizados da autarquia, o projeto, com um prazo de execução de 180 dias, vai resolver o problema da poluição naquele curso de água afluente do rio Côa.
O autarca disse à agência Lusa que o equipamento, orçado em cerca de 200 mil euros, integra a construção de uma estação elevatória na Quinta da Granja, nas proximidades da aldeia de Gata, nos arredores da cidade, e de uma conduta para ligação à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de S. Miguel.
"Está a ser feita a conduta, seguindo-se a fase de construção da infraestrutura da estação elevatória", que vai encaminhar os efluentes de uma unidade de lavagem de lãs para a ETAR, adiantou Vítor Santos.
A Câmara da Guarda, que assume o encargo financeiro da obra, tenciona apresentar uma candidatura a fundos comunitários "logo que seja possível", explicou.
O rio Noéme é um afluente do rio Côa e atravessa várias localidades dos concelhos de Guarda, Sabugal e Almeida.
A poluição daquele curso de água começou em finais da década de 1980 e tem preocupado autarcas, ambientalistas e moradores.
Márcio Fonseca, um jovem natural da aldeia de Rochoso, Guarda, tem sido o rosto mais visível na luta pela despoluição do rio Noéme, tendo já criado um blogue (www.cronicas-do-noeme. blogspot.com) e lançado uma petição pública a alertar para o estado daquele curso de água.
O defensor da despoluição do Noéme reagiu hoje com satisfação ao início da construção da obra que visa retirar efluentes poluidores do rio.
"É uma notícia positiva e será, ainda mais, quando se verificar que o rio está despoluído", disse.
Acrescentou que a obra é "relativamente pequena face a outras, mas resolve um grande problema", desejando que em breve aquele curso de água "possa voltar a ser como era antigamente".
O presidente da Junta de Freguesia do Rochoso, banhada pelo rio Noéme, Joaquim Vargas, disse à agência Lusa acreditar que o problema vai estar "resolvido a curto prazo", esperando que o período de execução do projeto seja respeitado e não ocorram atrasos.
"Gostaria muito de ver o vale do Noéme 1/8com cerca de 15 quilómetros de extensão 3/8 todo cultivado e a produzir produtos hortícolas para abastecimento da população da cidade" da Guarda, declarou.
Joaquim Vargas apontou que o país "não se pode dar ao luxo de ter terrenos como aqueles, que não são tratados e estão completamente abandonados, porque as águas do rio não podem ser utilizadas" para rega.