quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

ECO 123 - Prémio de Jornalismo

No passado mês de Novembro concorri ao prémio de jornalismo ECO 123 (organizado pela Editora Tempo Passa Publicações) com uma entrevista ao engenheiro Ricardo Nabais dinamizador do projecto Gesterra. O tema do concurso era "Viver e Trabalhar em Portugal - soluções ecológicas para a crise económica". Na semana passada comunicaram-me que estava entre os finalistas do prémio e no sábado passado, em Faro, na cerimónia de entrega dos prémios soube que tinha ficado em terceiro lugar.

Em primeiro lugar quero agradecer ao Ricardo Nabais a disponibilidade para a entrevista. Sobre o seu projecto ouvi coisas muito boas nas conversas que tive por lá. E muitas manifestações de interesse. A este prémio concorreram trabalhos sobre temas muito diversos como uma empresa (Amo - produto local) que comercializa produtos do Geopark Naturtejo de forma inovadora (foi o excelente trabalho que venceu o prémio), um carteiro que entrega encomendas de bicicleta, a visita dos alunos de uma escola a uma herdade que produz azeite no Alentejo, ou o dia-a-dia de uma "eco-comunidade" na serra algarvia, entre outros...

Portugueses e estrangeiros elaboraram para este prémio trabalhos sobre como a agricultura pode contribuir para ultrapassarmos esta crise. As preocupações de todos são muito semelhantes quer vivam na serra algarvia, no Alentejo ou na interior beirão: a desertificação, o abandono dos campos, a degradação do ambiente... Assuntos que de uma forma ou de outra tenho tratado neste espaço. Preocupações que tenho tido e que tenho mencionado por aqui. No fundo a defesa das "nossas coisas". Agradeço por isso também aos leitores do blogue e às pessoas que me têm abordado sobre estes temas. O prémio também é vosso.

PS: Os trabalhos finalistas do Prémio ECO 123 serão publicados no primeiro número da revista ECO a sair em Março de 2013. 


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Será 2013 o ano do Noéme?

Fomos assistindo ao longo dos anos ao atentado ambiental contra o rio Noéme. Conhecido, consentido, ignorado... e testemunhado por diversas vezes nas páginas deste blogue ou na comunicação social. Aqui, ali, acolá vimos descargas poluentes no rio. Impunes.

O problema continuou a ser debatido/exposto/denunciado na blogosfera e na comunicação social local e nacional (Biosfera - RTP2, Correio da Manhã, O Interior, Nova Guarda, Rádio Altitude, A Guarda...). Continua online a petição "Em defesa do rio Noéme". Acredito que ninguém na Guarda não esteja esclarecido sobre este grave problema ambiental.

Em 2011, o Partido Ecologista "Os Verdes" questionou o Governo sobre a poluição do rio Noéme e a ARH Norte respondeu a algumas questões colocadas por este blogue chamando ao crime "grave disfunção ambiental". Finalmente a 25 de Maio a Câmara Municipal da Guarda anunciou o início da construção da estação elevatória de águas residuais para a despoluição do rio.

As populações afectadas pelo problema abraçaram a luta. Em 2008 e 2012 realizaram-se marchas "Pelo Noéme Contra a Poluição" e os eleitos locais moveram esforços junto das entidades oficiais em defesa dos interesses das populações.

Não sei o estado das obras neste momento. Se os planos se tiverem cumprido estarão quase a ser finalizadas e por isso deixarão de existir descargas de efluentes no rio. Obrigatoriamente terão de deixar de existir. E se ainda assim o rio Noéme continuar poluído teremos de descobrir e denunciar os focos de poluição.

Teremos em 2013 um rio Noéme despoluído?

domingo, 16 de dezembro de 2012

Tudo na mesma

"Moreira da Silva propõe agravar impostos ambientais"

Até se podem aumentar os impostos e multas ambientais... se a Justiça não funcionar fica tudo na mesma.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Parangonas (2)

Outra forma de comunicação (política? técnica?) bastante usado consiste no uso das siglas indecifráveis. Tal como os chavões vazios de conteúdo que referi no post anterior também dão óptimas parangonas.



Atente-se no "penuea" - Programa Nacional de Uso Eficiente da Água. "O PENUA tem como principal objectivo a promoção do Uso Eficiente da Água em Portugal, especialmente nos setores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos, sem pôr em causa as necessidades vitais e a qualidade de vida das populações, bem como o desenvolvimento socioeconómico do País". (transcrevo do artigo redigido por Manuel Lacerda, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente I.P. e Director Nacional da Água, publicado na revista Ingenium).

Chega a ser ridículo falar-se em grandes planos quando a questão mais simples - impedir que a indústria faça descargas a céu aberto num pequeno rio - não é resolvida. É ridículo falar em "redução das pressões quantitativas e qualitativas sobre as massas de água" (a menos que para fins puramente de humor e ironia) quando constatamos que existe um pequeno rio, a algumas centenas de quilómetros do edifício onde está sediada a Agência Portuguesa do Ambiente e a Direcção(?) Nacional da Água, sem vida porque sofre de "pressões quantitativas e qualitativas" por parte da indústria. 

Quem elaborou o documento não terá certamente saído do gabinete. Provavelmente   desconhece que ainda há (em 2012!!!) rios poluídos em Portugal (alguns da forma mais básica possível e perfeitamente consentida pelas autoridades). Termino com uma expressão usada no artigo: "A melhoria da eficiência do uso da água é necessária porque: é um imperativo ético. A água é fundamental para a vida, precisa de ser gerida tendo em conta as gerações seguintes."


domingo, 9 de dezembro de 2012

Parangonas (1)

"Em termos de recursos naturais, o caminho a fazer é o da eficiência" diz a ministra Assunção Cristas numa entrevista publicada na revista Ingenium. Quando questionados sobre as questões do Ambiente os responsáveis governamentais recorrem habitualmente aos chavões que darão concerteza bons títulos de jornal. Mesmo que vazios de conteúdo.

Quanto à "eficiência" no uso dos recursos e ao caso concreto do rio Noéme. As populações têm sido privadas de usar o rio Noéme. Nem bem, nem mal. Simplesmente, não podem usufruir do rio. Ao longo destas décadas só os poluidores têm usado o rio Noéme. De forma constante e ininterrupta têm usado o rio como depósito dos seus resíduos. 

Não sei se o fazem da forma eficiente que a ministra reclama. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

10 Ideias Para o Noéme

"Proponho a limpeza de todos os caminhos que vão dar à ribeira para que toda a gente possa lá ir."

AM

terça-feira, 4 de dezembro de 2012