Há os que defendem uma intervenção total do Estado (administração central, local, empresas públicas e assim-assim) na economia sendo, por exemplo, proprietário de empresas; há por outro lado os que advogam que o Estado não deve interferir com as coisas do Mercado e que este deve existir, livre e auto-regulado (porque ao contrário dos Estados o Mercado não falha!). Outros ainda defendem um Estado eficiente, que define políticas, dá sinais à economia daquilo que pretende, lavra as leis (e garante o seu cumprimento) e uma iniciativa privada que conhece os seus direitos e deveres (e os cumpre) e tem como objectivo principal criar riqueza. E todos ganham com isso.
Resido em Lisboa mas mantenho o hábito de comprar na Guarda, quando aí me desloco: as coisas do dia-a-dia, nas lojas onde já comprava há muitos anos e onde se criaram muitas vezes relações de amizade ou os produtos endógenos, que só se encontram na região e são de grande qualidade (e deviam ser mais publicitados, divulgados, promovidos). Não me poupo a infernizar a vida de amigos trazendo-os e incutindo-lhes as virtudes da Beira. Faço-o porque deve ser dinamizada a vida desta região, deve incentivar-se a economia local, criar emprego, gerar riqueza... da pequena loja de bairro, da multinacional ou das fábricas.
Todas as empresas (da Guarda ou de outro lado) devem cumprir os seus deveres e as suas obrigações legais (e não me refiro só a impostos). Se não o fizerem prejudicam o mercado, que deve ser saudavelmente concorrencial, lesam o Estado e prejudicam as populações. Se o Estado se demite do seu papel, não faz cumprir as leis ou simplesmente não se dá ao respeito, resta que o mercado funcione.
E neste caso, o mercado funcionar significa que os consumidores devem rejeitar os produtos produzidos por empresas que não cumprem. Na Guarda... ou noutro lado qualquer.