quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Paredes de Coura

Há 26 anos, um grupo de jovens amigos sonhou organizar na sua terra um festival de música. Esse grupo de jovens de uma terra do interior norte ousou ombrear com Lisboa e Porto (naquela altura, mais Lisboa até) e levar às suas gentes os melhores da música nacional e internacional.

O Festival Vodafone Paredes de Coura (então Festival de Música Moderna Portuguesa) é hoje um caso de sucesso atípico neste país que vive à volta de duas cidades. Paredes de Coura, no Alto Minho, um concelho com 9000 habitantes, tem durante os 4 dias do festival 26000 visitantes diários entre os que acampam, os que ocupam as poucas casas de habitação disponíveis e os que se alojam nas cidades vizinhas. Mais o tráfego aéreo para o Porto. E os estrangeiros, sobretudo espanhóis, e o staff das maiores bandas internacionais a fazerem publicidade gratuita a uma região lindíssima e a dizerem ano após ano que querem voltar e que nunca viram nada assim. Lameiros transformados em parques de estacionamento, cafés, mercearias e restaurantes a fazerem o lucro que não têm o resto do ano. Uma iniciativa privada, apoiada pela autarquia e acarinhada pela comunidade.

Mas não se trata só de música. Aproveitando as magníficas características naturais do local onde se realiza (um enorme anfiteatro natural, rodeado de freixos e carvalhos e atravessado por uma ribeira) há uma mensagem de sustentabilidade que é transmitida e posta em prática. E que é entendida: a título de exemplo, o civismo dos visitantes é de tal forma, que não se vê lixo no chão. O próprio Ministério do Ambiente, premiou o festival através da iniciativa "Sê-lo Verde".

Um exemplo para quem o queira ver. Por tudo: pela Música, pela Cultura, pelo Ambiente, pela Gastronomia, pela Região, pela Economia e sobretudo pelos mergulhos no rio Taboão.

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