Há todo um léxico ligado ao rio e às artes que corre sérios riscos de se perder. Se até há algumas décadas faziam parte do vocabulário corrente, algumas destas palavras ou expressões idiomáticas irão desaparecer por falta de uso.
Começo com alguns exemplos que pretenderei continuar ao longo do ano. Agradeço desde já a quem ainda se lembre de outras, de as ouvir, que mas envie por e-mail ou através da caixa de comentário.
[Budre] ou [Embude]
Planta umbelífera cuja raiz se esmaga e usa para envenenar peixes. Após esmagado faz-se uma bola com o embude, que se lança para um ponto onde água está calma, os peixes , atordoados, virão à tona de barriga para o ar. Júlio Silva Marques refere o termo budle. Clarinda Azevedo Maia registou imbude. Joaquim Manuel Correia refere budre, in Capeia Arraiana
[Pisão]
Engenho em madeira constituído por uma roda motriz hidráulica, o eixo, os maços e a masseira. Apesar da sua finalidade principal ser a de conceder uma textura mais compacta aos panos de lã, também é empregue para fortalecer mantas e cobertores. O verbo é “apisoar”.
[Tesão]
Huma especie de rede de pescar, in "Novo Diccionario critico e etymologico da Lingua Portugueza" de Francisco Solano Constâncio, publicado em 1836)
É uma rede de pescar. Rede em forma de saco, ligado a duas varas, que os pescadores arrastam pelo fundo dos córregos, in Dicionário de Morais, citado no ensaio do post anterior.
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