O país está cheio de "maravilhas" e "recordes". Qualquer iniciativa que se queira apresentada como deve de ser ou é uma "maravilha" ou é "a maior de...". O marketing assim o obriga. Certa comunicação social gosta assim.
Desconfio sempre de algo que se apresente como "o maior de..." (geralmente do Mundo) sobretudo quando não se pode comprovar e se tem como objectivo iludir. É marketing preguiçoso apenas. Nada contra se, movidos por um exagerado e exacerbado bairrismo se enaltece algo que é nosso, sobretudo se facilmente pudermos ser desmentidos. Bem posso dizer (e digo!) que o rio Noéme é o maior do Mundo mas logo ali ao lado alguém dirá que o Côa é que é o maior do Mundo... ou o Tejo... ou o Nilo.
A moda das "maravilhas" parece não ter fim, elas são 7, 8 ou 9 e podem ser de tudo e mais alguma coisa. E se uma determinada região não tem maravilhas nacionais trata logo de fazer o seu próprio concurso para eleger as suas próprias maravilhas. Dirão os mais pessimistas que são formas de alienação. Dirão outros que são simplesmente patetices. É outra vez marketing preguiçoso apenas.
Outra forma de marketing (territorial dizem) preguiçoso de facto, é promover coisas absurdas. Iniciativas que certa comunicação social também gosta mas que para além de patéticas são absurdas também. Uma praia artificial com água salgada e tudo em Mangualde. Praia de água salgada em terra de montes e ribeiras. Um globo de neve artificial no coração da Guarda. Neve a fingir (podia ser esferovite) na terra da neve verdadeira.
Dizem os especialistas que assim se conquistam minutos na televisão em horário nobre. Talvez, mas aparecer na televisão por patetices só pode provocar sorrisos embaraçados. E quem cá vem facilmente verifica que não há neve nem ribeiras limpas por muito que se vendam uma ou duas como verdadeiras maravilhas. E uma comunicação social que oculta os problemas, os mascara ou simplesmente os ignora não pode estar satisfeita do seu trabalho... ou então é marketing preguiçoso apenas.
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