quinta-feira, 4 de junho de 2009

Recortes de Jornais 2

Terras da Beira
01 de Abril de 1999
"O Rio Diz nada diz"

1 comentário:

  1. É verdade, márcio, não se pode deixar os rios em Portugal morrer. Um rio (ou um ribeiro) não é só um curso de água, é um factor de integração ecológica e social. Não só da natureza em si, mas do homem como parte integrante do seu meio natural. O rio, apesar de poder não estar presente no nosso dia-a-dia, é uma presença constante no nosso subconsciente, orienta-nos na direcção de jusante, quando pensamos em avançar na vida, ou de montante, quando tentamos encontrar-nos. Comporta uma referência sociológica e de identificação com o a nossa terra muito forte, é uma presença onírica e uma não presença real na nossa vida.
    Não podemos ambicionar dizer que um rio foi feito para correr livre, mas sabemos que um rio poluído é a negação de um rio. Um rio poluído, onde o homem não pode nadar, é a negação do rio, é o ribeiro não rio, o anti-riacho, o tal rio que cheira a merda.
    Que cada um pegue no seu rio e o abrace como o márcio o fez. Que cada um escolha um rio e o proteja como a um filho. Quando todos os rios estiverem sujos, que ninguém os possa atravessar a nado, quando todas as margens estiverem construídas, quando todos os riachos enterrados, ainda nesse dia haverá esperança. Porque, ao contrário da humanidade, as águas de um rio correm sempre.

    ResponderEliminar