domingo, 1 de dezembro de 2013

No 814º aniversário da Guarda

No ano passado escrevi o texto "Guarda: e agora?" no boletim municipal GuardaViva por ocasião do Dia da Cidade. Nele falava da crise e daquilo que de bom tínhamos para ultrapassarmos este período difícil. Contava na altura que novos protagonistas viessem com ideias e vontade de construir. 

Não esperava no ano passado por esta altura que PS e PSD na Guarda (em guerras intestinas e seguindo uma estratégia de terra queimada) apresentassem tão fracas alternativas. E tão comprometedoras do nosso futuro. Começou de facto muito mal este mandato: 

A liderança competente e visionária do TMG (uma ilha dentro da cidade velha) foi, num processo reles, afastada. Fica a Cultura  da Guarda entregue a um vereador a meio tempo e sob custódia. O principal pilar do desenvolvimento e aquele onde mais nos diferenciávamos (com sucesso!) foi destruído. Ficamos muito mais pobres.

O crime a céu aberto e completamente despudorado cometido no rio Noéme continua sem qualquer perspectiva de resolução. Se as autoridades políticas (ao abrigo de não sei o quê) não resolvem o problema, julgo ser imperioso apelar às autoridades judiciais. Se a chamada lei dos compromissos "compromete" e responsabiliza os agentes políticos pelos seus actos de gestão financeira, deveria também puni-los por não zelarem pelo bem público e pelo interesse das pessoas. É criminoso deixar que isto continue a acontecer.

Parece que a palavra agora é "turismo". Mas que turismo? Eliminando a Cultura, com os problemas ambientais existentes, que mostraremos a quem nos visita? Numa tarde vêem a Sé e o Centro Histórico (abandonado) e vão-se embora. Sem programação no TMG, uma animação cultural dinâmica, diversificada e consistente (o que acontecerá às Visitas Encenadas, ao Julgamento e Morte do Galo do Entrudo, às recriações históricas nomeadamente da Feira de São João?), a recuperação do património material e imaterial, nada tem a Guarda de atractivo para o visitante. Nem para o visitado.

No ano passado terminei o texto com um "aconteça o que acontecer tenho ao menos a certeza que para o ano ainda haverá Guarda". A continuar este estado de coisas não estou certo que no final deste mandato ainda haja Guarda. Talvez as suas ruínas, se não venderem ou destruírem entretanto as pedras mais antigas.


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