Nas últimas semanas o Rio Noéme esteve na agenda noticiosa. É bom sinal após tantos anos de esquecimento.
Seguindo as regras do bom jornalismo há uma das partes que tem sido pouco ouvida: os poluidores. Tirando a peça que a SIC emitiu em Agosto, poucas são as declarações de quem comete o crime. Não lhes perguntam? Não querem prestar declarações? Não sei.
Mas seria interessante perceber que argumentos empregariam para a sua defesa:
A criação e manutenção de postos de trabalho?
A legalidade?
A convicção de que se não forem eles a poluir outros o farão?
Que a ecologia e a defesa dos valores naturais são coisas para desocupados e para quem nunca produziu um euro para o PIB nacional?
Que a ética e a moral são conceitos ultrapassados?
Que a gestão moderna defende que todos os recursos devem ser explorados e aproveitados até ao limite, mesmo aqueles que não são nossos?
Que as populações afectadas pela poluição do rio venham viver para a cidade, trabalhar nas fábricas e assim deixam de ser incomodados com o mau cheiro da água?
Que as pessoas que queiram nadar no rio venham para as piscinas municipais?
Esta entrevista tem de ser feita para sabermos com quem lidamos. Estas pessoas têm de ser confrontadas com perguntas incómodas e assumir as suas responsabilidades.
António Gomes: artesão de afetos
Há 11 horas
marcio está com nivel este artigo.
ResponderEliminarè pena a comunicação social não o ler
um abraço
J:Vargas