Esta crónica foi publicada no Diário de Notícias em Dezembro de 2018. Que bom seria que tivesse perdido a pertinência ou estivesse datada.
"No verão da minha infância havia um rio. Um rio onde tomávamos banho e andávamos de barco a remos. Era o Tejo, que passava mesmo ao pé do Tramagal, onde a minha avó vivia e a família se reunia todos os anos nas férias grandes."
Mais adiante na crónica:
"Só passei por lá no verão passado, fiz um pequeno desvio numa viagem para outro destino e errei de carro um caminho que antes sabia de cor de comboio (...) O rio estava sequíssimo e dava a impressão de que há muito tempo ninguém ali tomava banho ou passeava de barco a remos.
(...)
"Releio a poesia de Eugénio Andrade, regresso a ela como quem regressa à margem do rio da adolescência, a uma estação de comboios abandonada.
Hoje quem se banha nesta poesia? Quem nela vem saciar a sua sede da leitura do mundo?
Como a poesia, a água é um bem escasso. Já hoje é e no futuro poderá tornar-se um bem cada vez mais escasso e precioso."
Todos nós tivemos um rio na nossa infância.
Pode ler-se aqui a crónica completa publicada no Diário de Notícias.
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