sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

"No verão da minha infância havia um rio", de Nuno Artur Silva

Esta crónica foi publicada no Diário de Notícias em Dezembro de 2018. Que bom seria que tivesse perdido a pertinência ou estivesse datada.

"No verão da minha infância havia um rio. Um rio onde tomávamos banho e andávamos de barco a remos. Era o Tejo, que passava mesmo ao pé do Tramagal, onde a minha avó vivia e a família se reunia todos os anos nas férias grandes."


Mais adiante na crónica:

"Só passei por lá no verão passado, fiz um pequeno desvio numa viagem para outro destino e errei de carro um caminho que antes sabia de cor de comboio (...) O rio estava sequíssimo e dava a impressão de que há muito tempo ninguém ali tomava banho ou passeava de barco a remos.


(...)

"Releio a poesia de Eugénio Andrade, regresso a ela como quem regressa à margem do rio da adolescência, a uma estação de comboios abandonada.


Hoje quem se banha nesta poesia? Quem nela vem saciar a sua sede da leitura do mundo?

Como a poesia, a água é um bem escasso. Já hoje é e no futuro poderá tornar-se um bem cada vez mais escasso e precioso."


Todos nós tivemos um rio na nossa infância.


Pode ler-se aqui a crónica completa publicada no Diário de Notícias.

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