domingo, 12 de maio de 2019

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Uma década a denunciar este crime ambiental.

Nunca imaginaria que passados 10 anos desde a primeira crónica ainda estaria a mostrar imagens de descargas poluentes a céu aberto. Mas acontecem e enquanto as houver serão aqui publicadas.

Uma década a mostrar como, de forma despudorada e sem vergonha, alguns usam a contento dos seus interesses e com vantagem económica o nosso Rio. Uma década a denunciar cumplicidades que, desde finais da década de 80, permitem que isto aconteça. Uma década a mostrar a falência das entidades públicas que deveriam, de forma independente, ser o garante da defesa dos Cidadãos.

A falência do Estado é também a falência da comunidade. Bem podem os agentes políticos apelar ao voto na coreografia periódica das eleições... mas que resposta podem os Cidadãos dar senão o manguito? Se o Estado não intervém, se os Tribunais não julgam e punem isto como crime que efectivamente é, então... para quê tudo isso? Para cobrar impostos que servem de quê?

Vivemos tempos feios, de populismos, de fake news, de desmotivação generalizada dos Cidadãos e de alheamento total por parte dos políticos. Como dizia o outro, a democracia é o melhor regime que existe à falta de outros melhores mas é preciso cuidar dela. E cuidar dela é dar atenção aquilo que é o dia-a-dia das pessoas, cuidar das instituições, pôr as coisas a funcionar de forma decente. Se alguém polui admoesta-se à primeira vez, multa-se à segunda e cobra-se a multa, se repete e não tem condições de trabalhar de outra forma fecha-se a actividade. Houve dinheiro europeu para cuidar dos nossos esgotos e o Noemi continua no estado pré-adesão à CEE, uma Justiça não pode demorar 30 anos a ser feita.

Há uma geração que nunca conheceu o rio Noemi limpo. Há outra que já se habituou a ele poluído. Os que fruíram dele já quase não se lembram. Tem de se pôr cobro a isto.

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