terça-feira, 24 de setembro de 2013

Resposta de Eduardo Espírito Santo, candidato do PCTP/MRPP à Câmara Municipal da Guarda

Caro Márcio Fonseca,

Pedindo desculpa pelo atraso com que o faço, venho, na minha qualidade de cabeça-de-lista da candidatura do PCTP/MRPP à Câmara Municipal da Guarda, responder às questões que colocou sobre a (des)poluição do rio Noéme. Vou fazê-lo de uma forma abrangente, procurando mesmo assim contemplar os diversos temas por si referidos.

Em primeiro lugar, duas notas introdutórias. Como deve saber, o PCTP/MRPP, apesar de ter soluções concretas para a generalidade dos problemas que afectam os cidadãos da Guarda, não recebeu ainda, por parte desses cidadãos, a responsabilidade da resolução de tais problemas. Por esta razão, muita informação relevante não nos é fornecida (e muito menos o é ao cidadão comum) pelos partidos que dirigem os órgãos autárquicos, bem como pelas empresas e instituições que são agentes ou dão cobertura aos atropelos feitos ao ambiente.
           
Com o conhecimento que tenho destes assuntos, procurarei mesmo assim responder às suas questões. Como sabe, as câmaras municipais entregaram muitas das suas competências em matéria de água e saneamento às empresas que fazem parte do universo da Águas de Portugal. Assim, o município da Guarda ficou, a partir de 2000, integrado na empresa Águas do Zêzere e Côa, com contrato, salvo erro, com a duração de trinta anos. Na altura da celebração deste contrato, a Águas do Zêzere e Côa comprometeu-se a gastar 27 milhões de euros para a requalificação ambiental no concelho e para outras acções de âmbito sócio-económico na região. Não dispomos de informação sobre o cumprimento destes compromissos por parte da empresa em questão.
            
Assim sendo, uma parte importante dos problemas levantados nas questões que coloca são da responsabilidade directa da Águas do Zêzere e Côa e da responsabilidade indirecta da Câmara Municipal que com ela celebrou o mencionado contrato. É de referir neste ponto que, a partir de 2014, está prevista a fusão das diversas empresas que fazem parte do universo da Águas de Portugal, sendo intenção do governo PSD/CDS cometer o crime de privatizar essa empresa única. As implicações desta medida na resolução de problemas como o da despoluição do rio Noéme serão certamente muito negativas.
            
Penso que a Câmara Municipal da Guarda deve ser chamada à sua responsabilidade no que diz respeito aos erros de construção e de localização de algumas ETAR. Por outro lado, a partir de informações que pude recolher de alguns cidadãos de alguma forma ligados a estes problemas, parece-me que a rede em baixa do saneamento no concelho tem um mínimo de adequação e não põe em causa o ambiente.
            
No que respeita, em concreto, à despoluição do Noéme, tudo indicaria que os erros e atrasos verificados nessa acção urgente são da responsabilidade directa da Águas do Zêzere e Côa, com uma responsabilidade apenas indirecta do município. Acontece, todavia, que uma notícia recente veio informar-nos que a Câmara Municipal da Guarda tem um projecto para esse fim, com o qual pensa gastar uma quantia próxima dos 200 mil euros.
            
Nesta situação, apenas lhe posso garantir o seguinte: caso seja eleito no sufrágio do próximo dia 29 de Setembro para a Câmara Municipal da Guarda, serei intransigente na procura de resolução deste problema e na responsabilização das diversas partes nele envolvidas.
            
Queira aceitar as minhas mais sinceras

                                               Saudações Democráticas,

                                               Eduardo Espírito Santo

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