Fui ver ontem a exposição "Morcela da Guarda – Tradição, saber e sabor" patente no Paço da Cultura da Guarda. É uma exposição, em meu entender, muito bem conseguida onde estão expostas fotografias de grande qualidade sobre a matança do porco e a morcela da Guarda.
Esta prática - a matança do porco - ainda está muito presente na minha geração mas tende a desaparecer e em breve não passará de uma memória e daí a pertinência desta exposição. Bem como a divulgação da Morcela, um dos grandes produtos que a Guarda tem.
Duas fotografias chamaram a minha atenção: mulheres a lavarem as tripas do porco na ribeira. Faz parte da lembrança que tenho das matanças ver as mulheres a lavarem as tripas na ribeira (no Noéme) ou nos ribeiros que vão dar ao Noéme. E se esta imagem ainda está presente na minha memória outras só as conheço de ouvir contar. Não me lembro de alguma vez ver o moínho a funcionar (embora me recorde do senhor Pires, o moleiro). E há poucos registos da rega com burros a puxar a nora. E só as pessoas mais velhas se lembram do cultivo do linho no Rochoso.
É por isso que um rio Noéme limpo não é só uma questão ambiental. Também o é, claramente o é. Mas é também uma questão de memória. Das nossas memórias.
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