terça-feira, 12 de novembro de 2019

A propósito dos 100 anos de Sophia Mello Breyner

O programa "A força das coisas" transmitido na Antena 2, recuperou no sábado passado uma entrevista de 1980 dada por Sophia de Mello Breyner.

Quando questionada sobre que medidas tomaria para que "a Cultura habitasse a vida de todos os dias", uma afirmação sua, respondeu: 

"A evolução das sociedades trouxe problemas novos, nomeadamente os ecológicos, porque são problemas sociais culturais, sociais e políticos, mas na sua essência são culturais porque se as populações não tiverem possibilidade cultural de defesa serão deserdadas de todos os seus bens naturais: acabarão por não ter água nos rios, acabarão por ter um ar que não se pode respirar. Mas para que as populações possam defender os seus rios, possam defender as árvores é preciso que tenham um mínimo de consciência cultural de defesa e tudo isto está profundamente ligado à vida quotidiana. Por isso defendo que levar a Cultura à vida quotidiana é um papel que deve ser feito na Comunicação Social."

Tão actual passados 40 anos. Continuamos com os velhos e aparecem novos problemas ecológicos e enquanto sociedade ainda não defendemos como devíamos o que é nosso. A consequência? Não no mesmo sentido que lhe queremos dar aqui para terminar o post, a mesma Sophia escrevia nos "Contos Exemplares": "As casas, as pontes, as serras, as aldeias, as árvores e os rios, fugiam e pareciam devorados sucessivamente". São-no mesmo - devorados será o termo certo.




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