"Mas temo-me de Lisboa
Que, ao cheiro desta canela,
O Reino nos despovoa."
Que, ao cheiro desta canela,
O Reino nos despovoa."
Sá de Miranda
Esta foto foi tirada em Pailobo (concelho de Almeida) uma das aldeias mais afectadas pelo grande incêndio da semana passada. O cenário é dantesco. Os prejuízos foram muitos. Uma capela ardeu por completo. Não vem ao caso mas no fundo do vale, junto à linha do comboio passa o Noéme.
O fenómeno dos incêndios florestais tem sido muito debatido nos últimos dias. Uns dizem que faltam os meios de combate; outros que falta investir na prevenção; outros ainda que a culpa é dos proprietários que não limpam os terrenos. Todos têm um bocado de razão mas não é essa a questão principal: a culpa é dos merceeiros deste tempo (e do passado recente) que concebem uma estratégia para o país delimitada a uma faixa de terreno encostada à beira-mar.
Neste caso (como na poluição do Noéme) a culpa é da desertificação do Interior patrocinada pelos merceeiros que nos governam. A culpa é da falta de condições para o estabelecimento das populações na sua terra. Está tudo a saque neste pedaço de terra encostado a Espanha.
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