"O progresso trouxe-lhe só a degradação do Noémi como resultado da gestão autárquica pouco assisada. Parece até que as suas águas límpidas já não têm regresso. Mas, na sua população atenta reside a esperança num futuro melhor. Creio."
A frase com que começo é retirada da crónica de Aires Antunes Diniz - "A Estação Ferroviária de Vila Fernando" publicada na edição de 23 de Dezembro no jornal "Nova Guarda". Reflectindo sobre os prós e contras da industrialização da Guarda é difícil fazer um balanço positivo. A pouca indústria existente (cablagem automóvel, lacticínios e alguma indústria de lanifícios) está em falência, muito por culpa dos modelos de negócio adoptados. Não existe um "cluster" industrial, nem marcas que afirmem a marca "Guarda". As fábricas ligadas à indústria automóvel, estão na Guarda, como um pouco por todo o Mundo em declínio. Procuram mão-de-obra barata e produtividade. A qualificação e formação profissional foram muitas vezes postos de lado.
Se numa primeira fase a industrialização tirou da pobreza (e de um futuro ligado à agricultura de subsistência ou a Emigração) muita gente, com o declínio das fábricas sobraram pessoas com pouca formação, incapazes de mudar de rumo. O êxodo rural levou ao abandono dos campos agrícolas, à indústria que se pretendia trazer para a Guarda foram permitidas práticas semelhantes às existentes nos primórdios da Revolução Industrial. Poluíram-se os rios, esgotaram-se os recursos, as aldeias ficaram desertas, promoveu-se um certo "pato-bravismo"... Percebe-se agora (e sente-se) que a estratégia foi errada.
É fácil dizer, vinte anos depois, que a estratégia estava errada. Mas e o futuro? A Guarda parece viver com um pé em cada um dos espaços-temporais. Um pé no passado, tentando resolver o problema do desemprego com mais emprego precário (instalação de um centro de contacto tido como antídoto para todos os males), um pé no futuro (a esperança na chegada de empresas à PLIE). A PLIE teve (tem?) de facto condições para ser o grande investimento da Guarda.
Resta à Guarda, para se afirmar como pólo aglutinador da Região Centro tornar-se uma "cidade-criativa". Segundo os ideólogos do conceito "a aptidão para competir e prosperar na economia não se limita à troca de bens e serviços ou ao fluxo de capital e investimento, mas antes na habilidade das nações (nota minha: Região, Concelho, Cidade, Aldeia) em atrair, reter e desenvolver pessoas criativas. (...) O crescimento basear-se-à no futuro em Tecnologia, Talento e Tolerância". A Guarda tem grandes condições para agarrar esse futuro baseando-se em três vectores: Ambiente, Cultura e Património (material e de afectos) e nas Indústrias Criativas e do Conhecimento.
António Gomes: artesão de afetos
Há 20 horas
Marcio as pessoas têm que se preocupar cada vez mais com o desenvolvimento sustentável ( é o desenvolvimento que permite satisfazer as necessidades das gerações presentes, sem no entanto, comprometerem a satisfação das necessidades das gerações vindouras.)este tipo de desenvolvimento ainda está longe de ser atingido o rio noeme é um bom exemplo que as pessoas têm visão curta e se preocupam mais com o presente que com o futuro
ResponderEliminarJ.V..