terça-feira, 1 de novembro de 2011

Em Memória

O meu avô Francisco foi o maior pescador do Rochoso. De sentido de humor apurado nunca na sua adega faltaram os amigos, o vinho e o prato de peixinhos apanhados na ribeira. Fritava-os de um modo muito particular com cebola, azeite e vinagre e fazia-os acompanhar sempre de um bom pimento curtido. Apanhava os peixes à rede, de madrugada, na açude acima dos moinhos do t' Manel da Rita, muitas vezes à sucapa do guarda-rios.

Das trutas do Paiva, dizia Aquilino Ribeiro, serem "extraordinários salmonídeos que pediram a casaca aos marqueses de Luís XIV para serem os janotas da água doce". Os peixes do Noéme, tal como as suas gentes, tinham origens mais humildes e andavam muitas vezes despidos de casaca mas nem por isso eram inferiores. Muito menos de carácter.

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