A Câmara da Guarda tem dificuldades em prestar contas ou com clareza explicar o que anda a fazer. De vez em quando, seja por descuido ou por sermos todos uns tipos porreiros lá vão saltando uns números para coligirmos.
Assim sendo, vamos apresentar novos dados a este post de outubro passado sobre as contas da despoluição do rio Noemi:
- Em 2016, no Dia da Cidade, o projecto foi apresentado com um valor de 3 milhões de euros;
- Em Maio de 2018, foi assinado protocolo para disponibilização de 1 milhão de euros do Fundo Ambiental da Agência Portuguesa do Ambiente decorrente dos incêndios florestais desse ano;
- Quando se iniciaram os trabalhos de limpeza das margens do rio com a verba do Fundo Ambiental, o blogue Sol da Guarda apresentou adjudicações do portal de contratação pública no valor de 1 390 215 euros para esse efeito;
- Em declarações à Rádio Altitude, o presidente que está já a preparar a sua mala de cartão, avança que a despoluição do rio Noemi é para continuar e que ainda haverá mais ou menos 400 mil euros para gastar.
Antes de avançarmos introduzir uma correcção: nada foi feito ainda para despoluir o rio Noemi. foram limpas e requalificadas as margens, trabalho bem feito, mas o rio continua poluído e não se conhece nenhuma acção pública planeada para pôr fim às descargas poluentes. Se houver plano, que seja apresentado antes.
A fazer fé nos números expostos, serão gastos no final 1 790 215 euros contra os 3 milhões inicialmente previstos.
- Em que serão gastos os tais 400 000 euros disponíveis? E quando?
- O que fica então por fazer face ao projecto inicial?
- Há falta de financiamento para se levar o projecto até ao fim? (em declarações anteriores também Álvaro Amaro dizia que se fazia o projecto mesmo sem financiamento garantido). Aparentemente mudou-se de ideias.
Deixo aqui um desafio ao novel presidente: envie-nos toda a informação existente, estudos, projectos, planos e contas (estimado e executado) da empreitada de "despoluição" do rio Noemi. Tudo será aqui publicado e se os meus cálculos estiverem errados, devidamente acompanhados da rectificação e do pedido de desculpas. Será da mais elementar justiça.