sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Portugal no seu melhor

Despedi-me de Lisboa, indo atrás do pote de oiro (4800 euros não são de se rejeitar) prometido pelo Governo para quem for para o "Interior". 

Escolhi, por razões afectivas, um terreno dos meus pais para cultivar entre a ribeira e a linha do caminho de ferro. Qual não foi o meu espanto quando lá cheguei, pronto para lavrar e semear os tremoços: os senhores das Infraestruturas de Portugal tinham cortado todos os acessos ao terreno. No decorrer das obras de "modernização da linha" transferiram o caminho de acesso para uma cota superior, com um desnível que nos deixa (a nós e a alguns vizinhos) sem acesso às propriedades. Voltarei lá no Verão para ceifar o feno e se continuar sem acesso que o comam eles. 

Deve ter sido uma partida de Carnaval, mas pelo sim pelo não regressei hoje mesmo a Lisboa.



Tirando a ironia do texto acima, o caso é muito grave e diz muito do desrespeito e desprezo com que o Estado trata os contribuintes. Surgirá de certeza uma solução, mas avançam assim sem medir consequências, avisar ou, mínimo dos mínimos, pedir autorização aos proprietários. Mas até lá, ninguém entra nos terrenos. Haveria muito que dizer também sobre as indemnizações atribuídas e a forma como se definem os valores (o que não foi o caso, este terreno não faz parte dos abrangidos). 

Obviamente já foram contactadas as autoridades competentes. Aguardamos respostas.

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