Veja-se o caso de um Cidadão que não perde tempo com as politiquices que entretêm os dirigentes locais e vai à luta nas grandes questões. Tem sido assim quando se trata da poluição do rio Noéme, é-o agora com a questão dos incêndios que assolaram o concelho da Guarda. Lesado, como praticamente todos fomos, procura Justiça. Justiça que não encontra, nem esclarecimentos, nem responsabilidades. É meu tio, é um exemplo de Cidadania.
Eis a carta que enviou à Comunicação Social relatando as suas diligências. Da Câmara Municipal, mais preocupada com as fotos no Facebook, nenhuma resposta:
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Data: 2017-08- 15
Assunto: Incêndio ocorrido no Rochoso no dia 17-07- 2017
Em referência ao assunto supracitado informo o seguinte:
1. Acompanhei as notícias publicadas nos diversos órgãos de comunicação social e fiquei surpreendido que cidadãos e responsáveis autárquicos (Câmara Municipal da Guarda e Freguesia do Rochoso) tivessem criticado os Bombeiros e a Protecção Civil que, de forma voluntária, fizeram o possível e o impossível para proteger pessoas e bens. Fica-nos bem agradecer-lhes publicamente o esforço.
2. Fiquei ainda mais surpreendido que não tivessem ainda sido assumidas responsabilidades pela origem do incêndio (recordo que saíram notícias na comunicação social que afirmavam ter sido o incêndio provocado por uma empresa que limpava as bermas da estrada municipal). Por acção ou omissão as entidades oficiais são responsáveis pois no mínimo, deveriam ter proibido esses trabalhos nessa época do ano. Eu próprio, no passado, vendo trabalhos semelhantes serem feitos nesta época contactei a Protecção Civil e os mesmos foram interrompidos. Não há portanto desculpas por parte das entidades que nos governam.
3. Num período de seca com a que se tem verificado no ano de 2017 a Câmara Municipal anuncia projectos de milhões para a despoluição do rio Noéme. O rio teve intervenções através dos projectos de limpeza das galerias ripícolas estando as suas margens limpas em toda a sua extensão, continuando poluídas as suas águas. Para se resolver o problema bastará destruírem a conduta municipal localizada na Gata (sobejamente conhecida) onde são despejados os efluentes. Não envolve qualquer custo, o Inverno fará o resto e poderemos ter um rio limpo na próxima Primavera sem milhões mas com tostões.
4. Do exposto nos pontos anteriores, concluo que tais situações não são dignas de um País dito Europeu. Que País é este?
5. Anexo as cartas que enviei pela empresa de que sou responsável para a Câmara Municipal e a GNR pedindo responsabilidades. Da GNR obtive o número do processo que os lesados deverão consultar no Tribunal da Guarda (NUIPC 134/17.4GBGRD), da Câmara Municipal o silêncio de sempre. É este o respeito que lhes merecem os Cidadãos da Guarda.
Atenciosamente,
Joaquim Vargas
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