Ouvi dizer por estes dias a Cavaco Silva, e cito de cor, que é obrigação do presidente receber quem o solicita. Falava acerca do caso BES e dizia também que não tinha mais nada a esclarecer, a propósito de uma possível ida à Comissão de Inquérito a decorrer no Parlamento. Não lhe pedi nenhuma audiência aquando do 10 de Junho comemorado na Guarda mas enviei-lhe informação sobre a poluição do rio Noéme (que foi recebida na Casa Civil) mas o destino foi o do costume.*
Vem isto a propósito dos deveres dos detentores de cargos públicos, nomeadamente o do esclarecimento e prestação de contas aos Cidadãos. Dirão alguns, que as contas se prestam de quatro em quatro anos em eleições. Dirão outros que o escrutínio é permanente. Que sentido faz partilhar estados de alma nos Facebooks deste Mundo se quando questionados directamente sobre problemas concretos não são dadas respostas?
Nem quadradas, nem redondas, nem ocas, nem com conteúdo.. O desprezo completo pela Cidadania ou a autoridade do "só respondo se quiser". E a documentação não deveria ser pública e publicada? Sobre a poluição no rio Noéme, e tenho-o aqui dito com frequência, não há respostas da autarquia, nem dos SMAS. As entidades governamentais prestam as informações quando obrigadas pelo Parlamento. Mas os Facebooks que utilizam têm actividade profícua e vã. Se os políticos 0.0 tratassem de servir os Cidadãos e a causa pública, em vez de fingirem serem políticos 2.0, evitariam certos sustos ou aquilo a que correm a apelidar de "radicalismos" ou "contos para crianças" quando não percebem.
Em Portugal os fenómenos que ocorrem noutras partes chegam sempre mais tarde e muitas vezes diluídos. Outras vezes nem chegam. Por cá não se antevê mudança como a que sucedeu recentemente na Grécia. Mas os números da abstenção em eleições, a falta de confiança nos políticos, a crise social e económica deveria dar que pensar aos capatazes deste país. Pelo menos obrigá-los a pensar antes de proferirem afirmações reles, porque a Economia e a Política devem servir as Pessoas não os excéis de auto-satisfação de alguns. Termino com uma frase do professor Agostinho da Silva: "Nenhum político deve esperar que lhe agradeçam ou sequer lhe reconheçam o que faz; no fim de contas era ele quem devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram os outros homens de pôr em jogo as suas qualidades e de eliminar, se puder, os seus defeitos."
Nem quadradas, nem redondas, nem ocas, nem com conteúdo.. O desprezo completo pela Cidadania ou a autoridade do "só respondo se quiser". E a documentação não deveria ser pública e publicada? Sobre a poluição no rio Noéme, e tenho-o aqui dito com frequência, não há respostas da autarquia, nem dos SMAS. As entidades governamentais prestam as informações quando obrigadas pelo Parlamento. Mas os Facebooks que utilizam têm actividade profícua e vã. Se os políticos 0.0 tratassem de servir os Cidadãos e a causa pública, em vez de fingirem serem políticos 2.0, evitariam certos sustos ou aquilo a que correm a apelidar de "radicalismos" ou "contos para crianças" quando não percebem.
Em Portugal os fenómenos que ocorrem noutras partes chegam sempre mais tarde e muitas vezes diluídos. Outras vezes nem chegam. Por cá não se antevê mudança como a que sucedeu recentemente na Grécia. Mas os números da abstenção em eleições, a falta de confiança nos políticos, a crise social e económica deveria dar que pensar aos capatazes deste país. Pelo menos obrigá-los a pensar antes de proferirem afirmações reles, porque a Economia e a Política devem servir as Pessoas não os excéis de auto-satisfação de alguns. Termino com uma frase do professor Agostinho da Silva: "Nenhum político deve esperar que lhe agradeçam ou sequer lhe reconheçam o que faz; no fim de contas era ele quem devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram os outros homens de pôr em jogo as suas qualidades e de eliminar, se puder, os seus defeitos."
*A título de nota, poder-se-à dizer que o Presidente da República tem mais que fazer. Ou até mesmo a sua Casa Civil. No passado, no âmbito de uma conferência que o jornal universitário a que pertencia estava a organizar convidámos o então presidente (Jorge Sampaio) a estar presente na sessão de abertura. Em pouco tempo obtivemos resposta e, mais que isso, uma muito cordial carta de incentivo. Outros tempos e outros modos de interpretar as funções do cargo.
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