Numa floresta em chamas, os animais apressavam-se em sair dali o mais rapidamente possível. Um pequeno pintassilgo andava para a frente e para trás e, com uma pequena casca de noz, ia despejando água no fogo. Um lobo em fuga parou e perguntou-lhe: "Que fazes? Anda embora, isso não serve de nada". "Faço o que posso." respondeu o pintassilgo.
Cinco anos depois da criação deste blogue, sabemos bem a quem beneficia e a quem prejudica a poluição do rio Noéme. Mudou o executivo camarário mas o comportamento é o mesmo do anterior: não se obriga o poluidor a fazer o tratamentos dos seus efluentes. A estação-elevatória (anteriormente em falta) foi feita com dinheiros públicos continuando os contribuintes a financiar a actividade privada. São agora duplamente prejudicados: primeiro com a destruição do bem comum (o Rio!) e agora também com o financiamento das infraestruturas. O presidente-do-não-me-façam-falar cala-se neste processo, não esclarece, não põe termo.
Como eu disse num depoimento num fórum da Rádio Altitude, este executivo camarário baseia a sua actuação numa estratégia de comunicação habilidosa, lançando chavões para a opinião pública, sem contudo dizer como é possível falar em turismo na Guarda existindo um rio completamente morto ou que tipo de empresas quer atrair para o concelho, por exemplo. As poluidoras? Terão todas um rio como esgoto? A única solução que defende o interesse colectivo passa pela destruição da conduta que despeja no rio, se rapidamente os efluentes poluentes não forem encaminhados para a ETAR de São Miguel.
Até se poderia invocar que este é um problema local e que mais ninguém sabe dele para além dos que aqui vivem. Mas até isso é falso: conhecem-no as autoridades policiais, os organismos públicos locais e nacionais, o Governo, os deputados na Assembleia da República. Nenhuma destas honradas instituições que deveriam servir o interesse público interveio de forma firme para resolver o problema. A sua conduta neste processo tem sido muito semelhante ao que sai da conduta poluidora. Bem pode o povo queixar-se das troikas deste mundo, o poluidor mostrar papéis ou o Governo falar em saídas limpas, encardidas ou sujas pois naquilo que constitui a coluna vertebral de um País falhámos: a Justiça e o funcionamento das nossas instituições são próprias de um país do Terceiro Mundo.
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." disse Martin Luther King. Têm de continuar os homens bons desta terra a exigir um rio Noéme limpo. É nossa obrigação entregar este património em bom estado às próximas gerações. Este blogue continuará a fazer o que puder.
Como eu disse num depoimento num fórum da Rádio Altitude, este executivo camarário baseia a sua actuação numa estratégia de comunicação habilidosa, lançando chavões para a opinião pública, sem contudo dizer como é possível falar em turismo na Guarda existindo um rio completamente morto ou que tipo de empresas quer atrair para o concelho, por exemplo. As poluidoras? Terão todas um rio como esgoto? A única solução que defende o interesse colectivo passa pela destruição da conduta que despeja no rio, se rapidamente os efluentes poluentes não forem encaminhados para a ETAR de São Miguel.
Até se poderia invocar que este é um problema local e que mais ninguém sabe dele para além dos que aqui vivem. Mas até isso é falso: conhecem-no as autoridades policiais, os organismos públicos locais e nacionais, o Governo, os deputados na Assembleia da República. Nenhuma destas honradas instituições que deveriam servir o interesse público interveio de forma firme para resolver o problema. A sua conduta neste processo tem sido muito semelhante ao que sai da conduta poluidora. Bem pode o povo queixar-se das troikas deste mundo, o poluidor mostrar papéis ou o Governo falar em saídas limpas, encardidas ou sujas pois naquilo que constitui a coluna vertebral de um País falhámos: a Justiça e o funcionamento das nossas instituições são próprias de um país do Terceiro Mundo.
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." disse Martin Luther King. Têm de continuar os homens bons desta terra a exigir um rio Noéme limpo. É nossa obrigação entregar este património em bom estado às próximas gerações. Este blogue continuará a fazer o que puder.
Seria bom sinal se o seu blogue um dia dissesse: Já não falo de poluição agora vou falar de fruição.
ResponderEliminarForça, não desista
António Oliveira
Bem-haja António! Não desistirei, ainda havemos de voltar todos ao Noéme!
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