terça-feira, 16 de março de 2010

Crónica Altitude (15 de Março 2010)

Volto ao Noéme. Em dias de Inverno como há muito não se via, vejo o Rio. Da ponte, vejo um enorme curso de águas bravas. Belo e ao mesmo tempo triste. E não é do cinzento do céu.
Se há vinte anos se podia alegar desconhecimento e falta de capacidades para que se destruísse o Rio hoje já não faz sentido.
Os poluidores de hoje não sentirão vergonha quando vêem as imagens do crime?
Dormirão descansados?
Julgar-se-ão acima da lei e da moral?
É preciso dizer a esses senhores que o modelo de desenvolvimento que nos oferecem não nos interessa.
Mas para isso, o poder eleito tem de ter um modelo novo, um plano alternativo, ou como hoje se diz uma estratégia. Uma estratégia em que os recursos naturais sejam respeitados e valorizados; em que a memória seja entendida como fonte de riqueza; em que a cultura seja alavanca de desenvolvimento.
Não se consegue vender a imagem de um concelho moderno e verde existindo um rio continuadamente poluído. É incoerente e afasta investidores que não se revêem nestas práticas. As fábricas fecham ou mudam de localização ao sabor dos interesses do capital. 
Só os rios, as florestas - a Memória! poderemos deixar aos que vierem depois de nós. Ao menos que se orgulhem daquilo que lhes deixarmos.

3 comentários:

  1. a memoria é realmente a unica coisa k podemos deixar à proxima geraçao

    ResponderEliminar
  2. Os governantes vão e vêm, as fábricas vão e vêm, até as pessoas vão e vêm...mas o rio, apesar de correr, não sai dali. A terra é mais dele do que de qualquer habitante da Guarda! Deviam ter-lhe mais respeito!

    ResponderEliminar