Joaquim Pires foi o último moleiro do Rochoso. De estatura mediana, era simpático e bom vizinho. Quem precisasse de farinha, entregava-lhe o saco do centeio a troco de determinada maquia combinada antecipadamente. Era assim que funcionava a economia daqueles lugares. Eram tempos em que qualquer cabeço era lavrado e semeado de pão; no Verão se vivia a azáfama das ceifas e das malhas; as eiras estavam ocupadas com grandes palheiros.
Lembro-me vagamente de o ver, com o seu burro carregado com os sacos do centeio, dirigir-se para o "moinho da ponte" donde só voltava por vezes ao fim do dia. Esse moínho foi recentemente recuperado e pode ver-se como se moía a farinha antigamente.
Na segunda metade do século XX ainda havia quatro moinhos a laborar no Rochoso. O do ti Manel da Rita era o maior, junto da açude; os de Joaquim e Francisco Pires, lado a lado, junto à ponte e havia ainda outro perto do pontão das Poldras. Nalguns casos ainda estão as pedras, noutros apenas a memória.
Sabugal evoca confirmação do seu foral
Há 59 minutos
nice blog:)
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