segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

10 anos é muito tempo, 30 muito mais

Em 2019 este blogue fará 10 anos.



Muitos mais tem a poluição do rio Noemi. Custa aceitar que num país dito civilizado isso ainda possa acontecer sem um forte levantamento popular. 

Não sei quando terminará este blogue mas imagino-me na última foto, naquela que fechará este espaço, entrando na ribeira e, arremessando o tesão à água, trazer peixes para uma petiscada.

Estarão todos convidados.



sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Palavras escritas na água (1)

Há todo um léxico ligado ao rio e às artes que corre sérios riscos de se perder. Se até há algumas décadas faziam parte do vocabulário corrente, algumas destas palavras ou expressões idiomáticas irão desaparecer por falta de uso.

Começo com alguns exemplos que pretenderei continuar ao longo do ano. Agradeço desde já a quem ainda se lembre de outras, de as ouvir, que mas envie por e-mail ou através da caixa de comentário. 

[Budre] ou [Embude] 
Planta umbelífera cuja raiz se esmaga e usa para envenenar peixes. Após esmagado faz-se uma bola com o embude, que se lança para um ponto onde água está calma, os peixes , atordoados, virão à tona de barriga para o ar. Júlio Silva Marques refere o termo budle. Clarinda Azevedo Maia registou imbude. Joaquim Manuel Correia refere budre, in Capeia Arraiana

[Pisão] 
Engenho em madeira constituído por uma roda motriz hidráulica, o eixo, os maços e a masseira. Apesar da sua finalidade principal ser a de conceder uma textura mais compacta aos panos de lã, também é empregue para fortalecer mantas e cobertores. O verbo é “apisoar”. 

[Tesão] 
Huma especie de rede de pescar, in "Novo Diccionario critico e etymologico da Lingua Portugueza" de Francisco Solano Constâncio, publicado em 1836)

É uma rede de pescar. Rede em forma de saco, ligado a duas varas, que os pescadores arrastam pelo fundo dos córregos, in Dicionário de Morais, citado no ensaio do post anterior.












quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

“A pesca e os pescadores na rede dos forais manuelinos”: um ensaio de Francisco Ribeiro da Silva

Já lembrei neste espaço que o meu avô Francisco foi o maior pescador do Rochoso. Todos se lembram, passados tantos anos, que na sua adega sempre havia peixes fritos para acompanhar um copo. Com pequenos gestos se alcança a imortalidade e se escreve um lugar na história dos simples.

Vem-me muitas vezes à memória e neste caso em particular porque encontrei este ensaio "A pesca e os pescadores na rede dos forais Manuelinos". Da sua leitura resulta que duas preocupações estavam subjacentes à regulação da pesca por parte do Estado: a ambiental e a cobrança de impostos (não interessa para o caso a ordem).

“O Poder entende dever regular as actividades de pesca nos rios e lagoas de água doce (...) limitando o uso indiscriminado de artes a fim de proteger as espécies e eliminar os obstáculos humanos à reprodução. Em concreto, determina-se a completa abolição do uso de redes, covões, de nassas, de tesões durante os meses de Março, Abril e Maio...” No resto do ano podia-se pescar estando contudo proibido o uso de substâncias venenosas também para evitar a poluição das águas onde bebia o gado. Estas leis e práticas com alguns séculos permaneceram bem vivas até meados do século XX. 

Quanto a tributos e impostos sobre as artes e sobre a exploração dos recursos ribeirinhos é a história que sabemos. O Estado sempre tratou de recolher o dinheiro mas não tem garantido a protecção da Natureza e dos bens que pertencem à comunidade. Alguns, indevidamente, têm tornado o rio Noemi propriedade privada. E não foi o budre que extinguiu os nossos peixes.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Respostas que ficaram por dar em 2018

Com 2018 a aproximar-se do fim, estes são os temas que ainda estão pendentes de resposta:

- Mail com um pedido de esclarecimento enviado em Agosto aos SMAS com conhecimento do vereador Sérgio Costa.

- Mail com um pedido de esclarecimento enviado à Agência Portuguesa do Ambiente.

- Convite para uma entrevista ao professor Pedro Teiga com o objectivo de publicação no blogue.

- Convite para uma entrevista ao vereador Sérgio Costa com o objectivo de publicação no blogue.

domingo, 23 de dezembro de 2018

20 de Dezembro

Como estão a decorrer os trabalhos de limpeza das barrancas da ribeira que a autarquia levou a cabo com o dinheiro disponibilizado pelo Ministério do Ambiente devido aos incêndios e que o edil chamou de “despoluição do rio Noéme”?

Dizia ele na altura que tudo tinha de ficar pronto a 20 de Dezembro.

E a reconstrução dos pontões, a retirada dos troncos do leito da ribeira, a construção do caminho ao longo das margens? Também já estarão feitos ou não entrava no ajuste destes trabalhos?

E a conduta poluidora continua em funcionamento?

sábado, 22 de dezembro de 2018

"Com 15 anos e sem papas na língua: o discurso demolidor de Greta na Cimeira do Clima", in Público

"Estou a faltar à escola para protestar contra a inacção dos países no que toca às alterações climáticas — e tu também devias. Todas as sextas-feiras, falto às aulas e sento-me à porta do Parlamento do meu país e vou continuar a fazê-lo até que os líderes mundiais comecem a agir de acordo com o Acordo Climático de Paris."

Pode ler-se o resto da notícia e ver o vídeo no sítio do jornal Público.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

"Assembleia aprovou orçamento municipal de 51,4 milhões para 2019", in Rádio Altitude

Álvaro Amaro disse na Assembleia Municipal que as obras de despoluição do rio Noemi não têm garantia de nenhum financiamento europeu mas que vão ser feitas.

Quando o documento for público iremos ver que verba está alocada a essa rubrica. Se algum dos presente na reunião de Assembleia Municipal puder enviar essa informação, agradeço desde já.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Guarda-me


(Foto tirada numa avenida de Lisboa)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Cimeira Ibérica na Guarda

Espero que na Cimeira Ibérica que irá decorrer no próximo ano na Guarda, os mais altos dignatários de Portugal e Espanha visitem o rio Noemi.

domingo, 9 de dezembro de 2018

A Árvore


Esta menina fez, no dia 1 de Dezembro, 108 anos. Poderia chamar-se a "Árvore da República", entre nós simplesmente "A Árvore". Classificada, retiraram-lhe a placa que contava a sua história. Assim se destrói a memória que estava perdida num pedaço de jornal antigo que encontrei. Relato, muitas décadas depois, de um aluno, que em 1910 na Festa da Árvore organizada pelo professor Francisco António Sanches. Diga-se que essa celebração, especial nesse dia, era organizada nos primeiros anos da nóvel República para fomentar os valores da Natureza, da Restauração e da Consciência Ambiental. Acrescento eu: e da Cidadania. Vivem-se tempos de apagamento da História e da Memória dos lugares. Com ou sem placa, a Árvore continuará, mais saudável que os regimes, matriarca da aldeia.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Actas de reunião de Câmara Municipal?

Quisemos consultar as actas de reunião de Câmara Municipal da Guarda para confirmar o que tem sido discutido sobre a poluição do rio Noéme mas...



(Print retirado a 06 Dezembro de 2018.
Clicar na imagem para aumentar)


De Agosto em diante não se tem discutido nada.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Os monólogos do presidente

Na série "Sara" (excelente sátira ao mundo da TV e do espectáculo) que a RTP2 transmitiu recentemente, uma das personagens, actriz de novela, dá um conselho a uma actriz consagrada e competentíssima que recentemente chegou ao mundo da TV: "para sobressaíres numa cena tens de ser sempre a última a falar, nem que seja para dizer "pois"." Queria ela dizer que para ganhar protagonismo, devia roubar a cena ao colega, devia saltar por cima do argumento e dizer qualquer coisa para que fosse a última a falar.

Veio-nos isto à lembrança acerca da breve publicada n' O Interior em que se dizia que o presidente da Câmara, em resposta a um vereador do PS sobre o foco de poluição ocorrido recentemente na Quinta da Pocariça, afirmou "que iria multar a empresa quando fosse apurada a responsabilidade" (cito de cor).

A notícia não refere se o vereador da oposição contra-argumentou, se questionou a resposta ou se ficou satisfeito com a mesma. Aparentemente acabou tudo ali. E havia muito para contra-argumentar. Sobre como tenciona responsabilizar os intervenientes, sobre outros focos de poluição, sobre listas de poluidores, sobre estudos de despoluição, sobre trabalhos de despoluição que está comprovado não o serem. Porque não o fez? Por falta de preparação ou terá ficado de consciência tranquila por ter feito a pergunta e daí ter lavado as mãos logo a seguir? Recorde-se que os dois partidos do poder na Guarda têm responsabilidades na poluição do rio Noéme.

Por outro lado, o presidente permite-se responder a primeira coisa que lhe vem à cabeça, sem se rir, sabendo que ninguém o vai rebater. Não é de agora, é de sempre. Comporta-se pois como um mau actor cuja única preocupação é ser o último a falar, nem que seja sempre a dizer "pois". Às vezes nem precisa roubar a cena, basta-lhe aproveitar as deixas que os outros lhe dão. Quanto a esclarecimentos sérios, estamos conversados.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

E a Estação-Elevatória da Quinta da Granja?

Houve um tempo em que a Estação-Elevatória da Quinta da Granja era a solução para a poluição do rio Noéme. Foi construída.

Está em uso? 
A quem serve?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Breve da última sessão de Câmara

Vimos numa breve do jornal O Interior, que na última sessão de Câmara, o presidente terá dito que vai multar a empresa responsável pela última descarga poluente na Quinta da Poçarica noticiada anteriormente:

Se assim é, gostaríamos de saber:

- Que poder tem a Câmara para multar o poluidor? Ou que outros meios tem para puni-lo?

- Se os tem, porque não o fez antes em relação a outros poluidores conhecidos?

- Se não tem, para quê encher a boca com algo que não vai cumprir?

- Vai fazer o mesmo em relação à lista de poluidores que o vereador Sérgio Costa diz ter em seu poder?