"Nós escolhemos ir para a Lua! Nós escolhemos ir para a Lua... Nós escolhemos ir para a Lua nesta década e fazer as outras coisas, não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis; porque esse objectivo servirá para organizar e medir o melhor das nossas energias e habilidades, porque o desafio é um que estamos dispostos a aceitar, um que não estamos dispostos a adiar e um que temos a intenção de vencer, e os outros, também" - este discurso foi proferido por John Kennedy em 1961 anunciando o objectivo de colocar um Homem na Lua.
Em 1969 (comemorámos no ano passado os 50 anos deste marco histórico) viviam-se também dias de medo, incerteza e imprevisibilidade. Em plena Guerra Fria, o dia seguinte estava mais próximo do holocausto nuclear. Tal não aconteceu, graças aos esforços dos líderes políticos da época. Ao mesmo tempo, União Soviética e Estados Unidos da América competiam entre si pelo desenvolvimento de tecnologia que permitisse colocar um homem na Lua em primeiro lugar.
Havia um desígnio e um objectivo claro que trouxe benefícios à Humanidade. Começámos 2020 com a maior ameaça global dos nossos tempos e muitos de nós nunca viveram nada assim. O mais parecido com isto foi-nos mostrado pela Literatura e pelo Cinema e tem-nos sido lembrado à exaustão. "A Peste", "Ensaio sobre a cegueira", "1984", "A morte de Ivan Ilitch" todos estes livros estão por estas alturas nas listas de "leitura para a quarentena". Não temos como saber com certeza as consequências que daqui virão do ponto de vista da saúde, da economia, da política, da saúde, das liberdades... Podemos presumir, imaginar e se quisermos especular. Comparando por exemplo com o que se tornaram as viagens de avião no pós-11 de Setembro podemos intuir que no futuro mas além das preocupações securitárias também as haverá do tipo sanitário.
Se nos faltava um desígnio global temo-lo aqui: povos de todo o Mundo uni-vos! No imediato necessitamos de toda a cooperação científica para conhecermos este vírus e saber como combatê-lo eficazmente. Urge que surjam lideranças políticas e económicas fortes que tomem as medidas que forem necessárias no momento actual e não deixem que o dia seguinte seja apocalíptico. Cada um de nós tem obrigação de, neste preciso momento, se proteger individualmente pois é o melhor contributo que pode dar à comunidade. Depois seremos chamados a construir uma nova sociedade e um novo modo de vida. Com mais ou menos liberdade... veremos.
O dia seguinte vai ser difícil. Muito difícil. Exigirá muito de nós enquanto povo global "mas servirá para organizar e medir o melhor das nossas energias e habilidades, porque o desafio é um que estamos dispostos a aceitar, um que não estamos dispostos a adiar e um que temos a intenção de vencer, e os outros, também".
PS: Recomendo este podcast do Expresso sobre a ida do homem à Lua.
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